O que é a vida além de sucessivos lapsos de memórias poéticas?
Eu, enclausurado nesse mar assustador e incrível de imagens:
- Já fui louco na insanidade do elogio;
- Já me tornei imoral para emancipar-me;
- Sou alguém que sabe que não sou tão bom, na cegueira do nosso coração;
- Também apostei na maré branca que um dia mudará nossa visão;
- Naveguei num mundo assombrado pelas pseudo-ciências e crédulos;
- O horizonte de evento que me fez ver-me dois e o tempo não passou, aparentemente;
- Presenciei o tempo ruim das famílias que são oprimidas pelo latifúndio;
- Senti a peste abrir minhas feridas mais íntimas: podemos ser melhores em tempos de pestes.
- Entendi a imagem final da metamorfose feminina: da adolescência para a mulher;
- Chorei com a sensibilidade da primeira mulher que ocupou a ABL;
- Fui convencido, com argumentos simples e ricos, que a morte é a maior das liberdades;
- Naveguei na estrada repleta de benzedrina.
Sou e sou imagens, demasiadas imagens
nesse lampejo de memórias cheias de mensagens.
Meu coração partido, descobriu as memórias poéticas
no putrefato Adeus que um dia, na mais brilhante das dialéticas
mostrou-me que não há cura.
Há sorrisos.
Há metamorfoses.
Há prantos.
E, principalmente,
há vida.