sábado, 4 de janeiro de 2014

Apenas mais uma de amor

Mais uma vez, me sento para escrever sobre amor e dor. Uma dupla inseparável, caminhando uma ao lado da outra, circundando corações apaixonados. Hoje, em mim, não sobrou nada além das cicatrizes que ambos deixaram.

Jogado no fundo do armário existe aquela caixinha com todas as lembranças materiais. E ainda que algo grite dentro de mim "Não faça isso!" a única coisa que consigo pensar é em relembrar os momentos bons. Afinal mesmo lutando para guardar somente os ruins, apenas os melhores permanecem. Todas dentro daquela caixa de madeira trancadas com um cadeado.

E mesmo sem perceber, instantes depois, me pego encarando as melhores lembranças junto dele. Lá dentro haviam cartas que ele me mandara durante anos, declarando seu amor e fazendo promessas. Havia também milhares e milhares de fotos, momentos inesquecíveis e de tamanha felicidade que agora se transformaram em um simples passado que não volta mais. Flores secas e bilhetes de cinema, ursinhos de pelúcia e jóias, porta-retratos e até mesmo algumas roupas que, ao exalar seu perfume, fizeram meu coração apertar. Mas percebo que relembrar todo esse sofrimento e revivê-lo milhares e milhares de vezes faz com que eu me sinta viva novamente. Me fazem pensar que eu fui forte o suficiente para encarar a dor de perder o amor da minha vida e me reerguer com um sorriso no rosto, mesmo que falso. Como um desabafo que precisa ser dito uma última vez para então ser esquecido para sempre. Como o último suspiro que tem de ser dado antes da morte.

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