quarta-feira, 17 de julho de 2013

Para não passar em branco

Eu não sei. Estava sem inspiração, mas o meu vazio interior transbordava: às vezes em palavras, às vezes em lágrimas, às vezes em um sorriso ameno, às vezes na dor física, às vezes na dor emocional. Apenas transbordava, às vezes.

Um turbilhão de pensamentos, no auge da entalpia, colidia com meu corpo. Pensamentos são estruturas intangíveis, por que cargas d’água eles machucam tanto quando ocorre a colisão com o nosso corpo físico?

Eu não sei. Minha inspiração tinha se esvaído para a estratosfera. Eu estava voando, como se não houvesse nada em mim. Mas haviam pensamentos. Tão leves e seremos. Pensamentos, apenas. Como é saudável ser vazio: a gravidade não incomoda.

Uma bomba de hidrogênio está se formando dentro do meu pequenino coração. São pensamentos que explodirão. É cru sentir-se oco. É inaceitável viver à mercê da ilusão. Mas o que posso fazer? Estou leve e sereno, percorrendo a estratosfera com meus pensamentos. Vazio, porém. E quando eu explodir, o que sucederá?

Eu não sei. Talvez meus sofismas cairão como um meteoro na Terra. Quem sabe. Meteoro incalculável em sua estrutura, mas sem nenhuma ameaça às pessoas. Somente o choque de ver uma estrutura astronômica se aproximar através do céu.

Subitamente, meu vazio transmutou-se e tornou-se uma anã branca. Estou cego. Estou mais vazio. Como é possível o simples ato de pensar ter uma massa maior que a do Sol? Como é possível uma estrela morta ter um núcleo mais “pesado” que o Sol?


Eu não sei. Talvez o pensar nos foge à razão. E por eu estar sem o mínimo de inspiração, escrevo estas palavras sem sentido. Talvez com falta de conteúdo. Mas não importa. São pensamentos vazios e leves. 

Mas o que é o pensar? 

Nenhum comentário: