sexta-feira, 31 de maio de 2013

Jardim de recordações


Recostada àquela parede, úmida pelo sereno da noite anterior, lembro-me dos dias em que a paixão fazia parte do meu corpo e da minh'alma.  Caminhávamos ao sol pelo jardim, inundado de flores, o coração palpitava mais forte quando seus olhos penetravam no meu, a maciez do toque de sua mão enlaçando meus dedos nos seus me traziam tremores involuntários. Éramos jovens e juntos descobrimos o amor, um trazendo ao outro os prazeres de uma vida a dois.

Por muito tempo aquele jardim fora nosso ponto de encontro, madrugávamos planejando nosso futuro na companhia de uma fogueira, ele tocava em seu violão a nossa música e repetia e repetia “eu amo você”. Ah, o amor, sempre nos roubando sorrisos bobos, nos enchendo o estômago de borboletas e nos fazendo tropicar de pernas bambas no meio do caminho. Percorre nossas veias, embaça nossos olhos e quando nos entregamos por inteiro ele nos mata, nos corrói  por dentro ao mesmo tempo que te dá forças pra sobreviver a isso, te alimentando de confiança e esperança.


O amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas. Encare a outra pessoa de forma sincera e real. O amor só é lindo quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.


Hoje, volto sozinha àquele jardim e me encontro somente imersa em lembranças de um passado que não volta mais.

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