Não sei em que dado momento embarquei
em minhas utopias. Talvez estivesse lentamente adormecendo, ou adentrando em
meus devaneios. Encontrava-me em um sonho, um mundo paralelo. Quando
repentinamente, o filme começou.
O Sol se recolhia, e se despedia
lentamente daquele entardecer. Naquela rua carros e ônibus não passavam. Porém
o local estava tomado. Inusitadamente por pessoas, que resolveram sair de seu
conforto para aquela caminhada, naquele mesmo dia. Eram jovens, adultos,
idosos, que expandiam aquele local se fazendo ouvir. O receio em seus olhares
eram frequentes, encaravam uns aos outros. Policias também eram visíveis. Mas
aquilo era apenas um detalhe. Eles continuavam a caminhar. Desbravando e
libertando seus ideais.
A
filmagem escureceu. Estava em outro espaço.
A mídia fora descoberta, e sua
alienação em massa começou a corroer. Jovens se mobilizavam a relatar
minuciosamente o que acontecia. Pregavam a veracidade. A rede social se tornou
um lugar de expressão. Fotos, vídeos, progresso. Sites de peso, começaram a ser
invadidos. A informação estava sendo circulada. Não era apenas uma rua. Era um
estado. Vários estados. Aqueles sonâmbulos foram despertados, pelo grito
contido que vinha clamando por manifestação.
Novamente,
tudo escureceu.
Advogados ofereciam de forma
filantrópica seus serviços para aqueles que fossem reprimidos violentamente.
Gráficas se motivaram a colorir aquele cenário. Postos de ajuda estavam
centralizados de forma estratégica. Alguém oferecia o sinal de Wifi, e energia
elétrica para aqueles que necessitavam de carga eletrônica. Uma janela de
apartamento foi cedida para transmissão ao vivo. Os fatos refletiam mundo
afora. O sentimento havia se propagado. A rede do conformismo, não estava tão
confortável assim. O cenário manipulado, começou a se impor.
Eles gritavam. Não havia diferenciação
entre eles.
Eles gritavam. Em voz forte,
unissonante.
Eles gritavam. Algo me atraia para
fora.
Eles gritavam..
Eu
acordei.
Fui levada pelo meus instintos. Certas
reminiscências ainda ecoavam. O grito repercutia em meu interior. Caminhei para
a janela, quando ceticamente meus olhos encontraram aqueles que estavam
desbravando suas ideologias. Abri a janela prematura da revolução.
Estava
acontecendo.
Está acontecendo! Tudo isso, todos os
detalhes são reais. Rente meus/seus/nossos olhos. Não é nenhum sonho, e tão
pouco "mundo paralelo". São milhares de pessoas que abdicaram a
comunhão conformista, para juntas pregarem um novo amanhã. São milhares de
pessoas que escolheram a força de expressão - e sobretudo a veracidade - como
forma de aniquilamento as correntes do Governo. O despertar há de chegar para
todos. E quando chegar, o livro da História Brasileira será atualizado. E
ninguém poderá revogar: não existe impossível, para aqueles que ousam sonhar.
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