terça-feira, 18 de junho de 2013

Emancipação

Não sei em que dado momento embarquei em minhas utopias. Talvez estivesse lentamente adormecendo, ou adentrando em meus devaneios. Encontrava-me em um sonho, um mundo paralelo. Quando repentinamente, o filme começou.

O Sol se recolhia, e se despedia lentamente daquele entardecer. Naquela rua carros e ônibus não passavam. Porém o local estava tomado. Inusitadamente por pessoas, que resolveram sair de seu conforto para aquela caminhada, naquele mesmo dia. Eram jovens, adultos, idosos, que expandiam aquele local se fazendo ouvir. O receio em seus olhares eram frequentes, encaravam uns aos outros. Policias também eram visíveis. Mas aquilo era apenas um detalhe. Eles continuavam a caminhar. Desbravando e libertando seus ideais.

A filmagem escureceu. Estava em outro espaço.

A mídia fora descoberta, e sua alienação em massa começou a corroer. Jovens se mobilizavam a relatar minuciosamente o que acontecia. Pregavam a veracidade. A rede social se tornou um lugar de expressão. Fotos, vídeos, progresso. Sites de peso, começaram a ser invadidos. A informação estava sendo circulada. Não era apenas uma rua. Era um estado. Vários estados. Aqueles sonâmbulos foram despertados, pelo grito contido que vinha clamando por manifestação.

Novamente, tudo escureceu.

Advogados ofereciam de forma filantrópica seus serviços para aqueles que fossem reprimidos violentamente. Gráficas se motivaram a colorir aquele cenário. Postos de ajuda estavam centralizados de forma estratégica. Alguém oferecia o sinal de Wifi, e energia elétrica para aqueles que necessitavam de carga eletrônica. Uma janela de apartamento foi cedida para transmissão ao vivo. Os fatos refletiam mundo afora. O sentimento havia se propagado. A rede do conformismo, não estava tão confortável assim. O cenário manipulado, começou a se impor.

Eles gritavam. Não havia diferenciação entre eles.
Eles gritavam. Em voz forte, unissonante.
Eles gritavam. Algo me atraia para fora.
Eles gritavam..

Eu acordei.

Fui levada pelo meus instintos. Certas reminiscências ainda ecoavam. O grito repercutia em meu interior. Caminhei para a janela, quando ceticamente meus olhos encontraram aqueles que estavam desbravando suas ideologias. Abri a janela prematura da revolução.

Estava acontecendo.
Está acontecendo! Tudo isso, todos os detalhes são reais. Rente meus/seus/nossos olhos. Não é nenhum sonho, e tão pouco "mundo paralelo". São milhares de pessoas que abdicaram a comunhão conformista, para juntas pregarem um novo amanhã. São milhares de pessoas que escolheram a força de expressão - e sobretudo a veracidade - como forma de aniquilamento as correntes do Governo. O despertar há de chegar para todos. E quando chegar, o livro da História Brasileira será atualizado. E ninguém poderá revogar: não existe impossível, para aqueles que ousam sonhar.
  

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