Passa-se no país sabe-se-lá-o-nome. Um ambiente inóspito,
execrável e poluído, por sombras de ações inescrupulosas. Sombras estas
passadas e atuais. A colonização no país sabe-se-lá-o-nome teve consequências
drásticas, as quais ainda pairam sobre o ar denso deste presente país. Não se
chamava país sabe-se-lá-o-nome. A cultura era uma miscelânea de opiniões.
Atritos ocorriam por choques culturais; agora, atritos ocorrem devido à discrepância
de renda que formam a hierarquia desumana do país sabe-se-lá-o-nome. Mas nada
que possa ser comparado com o roubo feito pelo país-distante. Destruições
naturais, imposições naturais, escambo, etc. Após o país-sem-um-nome ter sido
saqueado, chamou-se, então, de país sabe-se-lá-o-nome.
Após o país sabe-se-lá-o-nome ter sido saqueado e roubado,
os livros de histórias rotulam essa incrível façanha de descobrimento. Nestes
mesmos livros trazem toda a história política pela qual o país
sabe-se-lá-o-nome passou: desde Monarquia à ditadura; desde ditadura à “democracia”.
O país sabe-se-lá-o-nome sempre fora conhecido pelo seu
acolhimento: um povo hospedeiro. Um povo extremamente pacífico, pois, notícias
não faltam de desperdício de dinheiro público, de escolas sucateadas, de
hospitais com enfermos jogados pelos chãos, à espera de um atendimento, o qual,
muitas vezes não virá. O país sabe-se-lá-o-nome
é composto por uma minoria dominante, egoísta e extremamente
conservadora; e uma massa sentenciada à reclusão material e intelectual. Esta
breve descrição do país sabe-se-lá-o-nome foi feita para deixar, você, meu
leitor, a par da situação na qual se encontra este presente país.
Um dia, o povo hospedeiro e inerte, decidiu-se, devido à
ilegitimidade do acréscimo na tarifa do transporte público, o qual é controlado
por empresas privadas, sair às ruas. A última gotícula de água que faltava para
a água do recipiente transbordar e se alastrar em demasiadas raízes.
Às ruas estão o povo, do país sabe-se-lá-o-nome, gritando em
uníssono. E este eco, entalado na garganta de muitos que habitam este país,
está se alastrando país adentro e afora. Revogação do aumento. Melhorias na
educação. Melhorias na saúde. Qualidade de vida. É um momento marcante para o país
sabe-se-lá-o-nome. Uma emoção toma conta dos corações que até então estavam
enegrecidos. O povo marcha, até o presente momento, querendo que as suas vozes
sejam ouvidas pacificamente.
O que sucederá ao país sabe-se-lá-o-nome? Caro leitor,
ninguém o sabe. Talvez num futuro distante alguém lerá está crônica e
continuará a escrevê-la. Espero (mesmo sem acreditar) que a continuação seja uma
ponte, não um muro exorbitante e protegido por forças opressoras. Às ruas,
neste presente ano, o povo do país sabe-se-lá-o-nome, estão reivindicando
melhorias para o seu país. Avante!
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